Qual seu apetite para o risco?

Em um ambiente corporativo repleto de informações e cruzamento de dados, as empresas têm que estar atentas a tudo, absolutamente tudo, que as envolve. Seja no ambiente fiscal, trabalhista, de imagem, financeiro entre outros. Não basta estar em conformidade, é preciso zelar para que esta conformidade se mantenha.

E para isso é necessária uma avaliação de todos os riscos que orbitam ao redor das empresas. Uma análise bem conduzida, com avaliações reais e em linha com a operação da empresa, seus funcionários e públicos interessados, detectará todos os aspectos que direta ou indiretamente representam perigos inerentes ou residuais para a empresa.

A Lei Anticorrupção, da Lei de Lavagem de Dinheiro, a assertividade e precisão, quase cirúrgica, com que os fiscos vêm tendo em suas fiscalizações, reforçam a necessidade das empresas elaborarem, constantemente, análises e mitigação de riscos adequada, sob pena de, mais cedo ou mais tarde, terem problemas. Neste cenário, digamos, hostil, o programa de integridade vem ganhando cada vez mais espaço e credibilidade junto às empresas, corroborando para a criação de um ambiente mais seguro e controlado de negócio.

As ferramentas para que isso se materialize passam pela criação de um ambiente mais ético com a adoção de códigos de ética e de conduta, pelo comprometimento incondicional da alta administração em apoiar atitudes e comportamentos que estejam em conformidade com as normas e, rigorosos com os que descumprem tais regras.

Uma atitude ética e em conformidade com as regras é salutar para o desenvolvimento do mercado competitivo. Podemos observar que órgãos reguladores têm incentivado a adoção de mecanismos de integridade. É o caso do Ministério da Transparência, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), da Procuradoria-Geral Federal (PGF). Órgãos internacionais também estão atentos a adoção destes mecanismos, como é o caso do Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), lei dos Estados Unidos que por objetivo combater a corrupção transnacional e que, menos não sendo uma lei nacional, tem ingerência no marcado nacional.

Essa pressão nacional e internacional por um mercado que respeite as regras de mercado reforça ainda mais a adoção dos programas de integridade. E um dos pilares destes programas é a avaliação der riscos e medidas que serão tomadas a partir desta análise. Além dos pontos já elencados, é necessários que as empresas tenham especial atenção nas contratações que fazem. Sejam elas de colaboradores celetistas, fornecedores ou terceiros. Todos estes são parte integrante da empresa e , por isso, têm um grau de risco e merecem avaliações em menor ou maior grau de profundidade.

Para finalizar, é bom alertar o leitor que tais medidas não são, hoje, exclusividade de empresas privadas. Tais medidas de prevenção e integridade devem ser praticadas também por entidades do terceiro setor, organismos da administração pública, entidades esportivas, culturais e religiosas.

A sociedade, hoje, exige uma outro comportamento das empresas e entidades. Para se manter no mercado não basta só ser ética e honesta. É preciso parecer e demonstrar essa retidão. E, para isso, controlar todos os riscos é vital. Considerando que altos riscos sem controle podem quebrar empresas é preciso responder a pergunta: Qual seu apetite de risco?

Fonte: JCNET – Por Luiz Fernando Nóbrega

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