Em 2010, a Controladoria Geral da União (CGU) criou a marca Pró-Ética. O objetivo era promover no país um ambiente corporativo mais íntegro, ético e transparente. Mais do que um reconhecimento, o selo é um indicativo de que o termo compliance, política corporativa que visa a conformidade legal e regulatórias com o objetivo de prevenir fraude e ter aderência à governança corporativa da organização, está cada vez mais presente no dia a dia das empresas.
O interesse no programa da CGU tem sido crescente: a edição de 2016 recebeu número recorde de inscrições, 101% superior à edição anterior, em 2015, e recorde também no comparativo desde que o programa foi criado. Do total de 195 companhias que tiveram interesse em participar da avaliação, de portes e ramos de atuação distintos, apenas 74 cumpriram os requisitos de admissibilidade e foram avaliadas. Ainda assim, um aumento de 125% em relação a 2015.
Em 2015, a Radix, empresa de engenharia e desenvolvimento de software, implementou seu programa de compliance. E, apenas um ano depois, a empresa foi escolhida como uma das 25 companhias que receberam a marca Pró-Ética. A seleção foi encarada como uma oportunidade para mensurar o que o seu programa de compliance havia conquistado até então. Luiz Eduardo Rubião, CEO da Radix, explica que os 91 pontos obtidos representam a maturidade do programa mesmo com seu pouco tempo de existência. “Os indicadores da CGU foram um estímulo e uma forma de mensuração, já que uma avaliação externa permite medir o que fazemos”, diz o CEO. Em 2016, a Radix foi escolhida junto com mais 24 empresas no Pró-Ética.
Na opinião do CEO, ter um programa de compliance na empresa traz diversos benefícios, como ser um reforço do ponto de vista do negócio, pois empresas estrangeiras e brasileiras ficam mais confiantes em fechar negócios e parcerias com as companhias que têm medidas de integridade. Outro benefício, segundo ele, são funcionários motivados, inspirados e comprometidos.
Mas, tão importante quanto ter um programa de integridade é ter indicadores que sejam monitorados e usados como ferramenta de melhora da gestão empresarial. Os indicadores de compliance mais recomendados para uma companhia que quer monitorar a efetividade do seu programa são indicadores de confiança do consumidor, os gerados a partir do canal de denúncia e os de controle documental como o fato de que todo contrato tem que ter uma cláusula de anti-corrupção.
Fonte: Exame